sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Especialistas comentam sobre o Bullying

Especialistas da área educacional e professores estiveram debatendo nesta segunda-feira (31) na Assembleia Legislativa, durante audiência pública, sobre as ocorrências de casos de intimidações e humilhações de alunos nas escolas públicas e privadas. A prática do bullying por parte de alunos vem preocupando o sistema educacional, o que motivou o deputado Professor Dantas (PT), a apresentar requerimento, propondo a realização da referida audiência.

Para o promotor Marcelo Lima de Oliveira, de certa forma as autoridades não estão preparadas para reconhecer, lidar e alertar acerca do problema. Ele enfatizou ainda a cultura do trote, que ainda prevalece em várias unidades escolares. Disse o parlamentar da necessidade de se envolver toda a rede escolar, para um combate efetivo ao bullying.

Já a psicóloga Yong Fong de Pontes do Conselho Regional de Psicologia, disse se tratar de um problema antigo, que precisa ser bem entendido, pois às vezes o profissional não sabe como reagir diante destas situações. “Inúmeros fatores influenciam para este comportamento”, complementou. A delegada Elza Aparecida representando a Secretaria de Segurança Pública, Defesa e Cidadania, disse que infelizmente, muito dos casos de bullying acabam sendo encaminhados na Delegacia Especializada da Infância e da Juventude. A presidenta do Conselho Municipal de Educação de Porto Velho, Yeda Maria de Mello Baleeiro defendeu a necessidade de levar este debate para todas as escolas.

A palestrante oficial da audiência pública foi à psicóloga escolar Lais Reis de Castro, autora do Projeto Amigos da Paz, com o tema: “Bullying – brincadeira que machucam a alma". Ela conceituou o bullying como um conjunto de comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos, adotados por um ou mais alunos contra colegas, sem motivação evidente. “A agressão moral, verbal e até corporal sofrida pelo aluno, provocam dor, angústia e sofrimento na vítima”, afirma a palestrante.

O Projeto Amigos da Paz foi enfatizado pela psicóloga Lais Reis de Castro, como um marco no combate ao bullying em Rondônia. O programa consta do seguinte conteúdo: definição, tipos, estudos no mundo, principais personagens, reconhecimento dos sinais para identificação dos alvos e agressores, tragédias provocadas por alvos do bullying e a responsabilidade penal e civil. Lais Reis enfatizou que Porto Velho é a quinta capital mais violenta em casos de bullying do país, daí a necessidade de se combater o problemas, mas observou as dificuldades encontradas para levar este debate para o interior das escolas, diante das reações contrárias de alguns diretores.

Para apoiar uma criança ou jovem alvo de bullying, a psicóloga a psicóloga salientou que os pais devem manter a calma, já que reagir com impulsividade, como por exemplo, invadir a escola para pedir uma explicação poderá ser o pior a fazer. “É importante levar em consideração que a escola pode não saber da intimidação, mas isto não invalida que os pais conversem com os responsáveis, exija responsabilidade e encontrem uma intervenção integrada”. Continuando afirmou que o bullying são formas de maus tratos: físico, verbal, sexual, emocional, homofóbico e racial.

Ela alertou aos pais sobre os principais sinais de quando uma criança ou jovem está sendo vítima de bullying, destacando os seguintes exemplos: apresenta com freqüência desculpas para faltar às aulas; indisposições constantes como dores de cabeça, estômago, diarréias e vômitos; pedido para mudar de sala ou de escola sem apresentar motivos convincentes; volta da escola irritado, triste, machucado, ou com roupas e materiais sujos. Ao final, a psicóloga relatou casos já registrados em Rondônia, como o de um adolescente que comprou uma arma para se proteger de brigas em Ji-Paraná e a criação de uma comunidade de Orkut para ofender e ameaçar um professor, caso este acontecido em Cacoal.
Fonte: http://www.tudorondonia.com/ler.php?id=15986

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